sexta-feira, 30 de março de 2012

Estatística

Pois é. Tenho andado um pouco fugida com muitos afazeres e família a precisar do meu apoio.
Vocês não acreditam mas tem sido "full-time".

Mas hoje e até por isso recordei-me de uma estatística que fiz há muitos anos.





Isto a propósito dos comentários às postagens.
Eu sei que o meu blogue é muito ligeirinho. Não gosto de política e por issso raramente a comento. O país está mal e há pessoas em situações muito angustiantes; o que posso ajudar, dentro das minhas limitações e possibilidades, eu ajudo.

Por isso gosto muito de elevar a parte sentimental. Gosto de poemas, de dedicatórias de amor e de amizade, de música, dança, clássica e não só. Partilho curiosidades que me parecem de interesse geral mas mais no ambito espiritual.



Não deixo entretanto de, quando posso, e esse quando posso é quase todos os dias um bocadinho, visitar os blogues que me habituei a espreitar, alguns bem interessantes, mas não tenho deixado comentários.

Pois aqui é que entra a tal "estatística" de que vos falei no princípio.

Estava casada há pouco tempo. E vão para cima de 40 anos, mais propriamente 43.

No mês que precedia o Natal eu e meu marido sentávamo-nos e enviávamos aos amigos e familiares os habituais cartões de Boas Festas.

Eram para cima de uma centena e nós começávamos a "empreitada" em meados de Novembro.

Obviamente, recebíamos as tradicionais frases do "Agradece e retribui" com os beijinhos e abraços habituais. Isto durou anos, mas um dia eu resolvi não ser a primeira a enviar e esperar para ver o que aconteceria.

E aconteceu - a centena passou a meia centena. E aí fui eu que agradeci e retribuí a todos.

No ano seguinte a mesma coisa, até que devo ter recebido uma meia dúzia. A partir dessa altura acabaram-se as Boas Festas por correio.

Claro que hoje isto não é mensurável porque enviam-se mails, fala-se on line, não esquecendo que as novas tecnologias sucederam ao telefone que também ainda hoje se utiliza neste caso.

Mas tanta conversa para quê? Perguntarão vocês. Pois é!

Se visitamos um blogue e deixamos um comentário, o dono desse blogue por gentileza quase sempre nos responde no local. Depois por graça visita o nosso, deixa um comentário e adeus até à próxima.

Mas se por acaso nós não aparecermos, e quando digo nós quero dizer eu, e refiro-me não à visita mas à ausência de comentários, estes quase sempre se ficam pelos habituais que aparecem sempre quando existe uma postagem nova, mas dos outros, nem sinal.

É evidente que a eloquência conta muito, confesso que sei que não é o caso, e que existem blogues que os assíduos não dispensam diariamente;  sei também que os que focam assuntos políticos quase sempre têm tendência a se sobreporem, mas, para mim, acho que os assuntos menos épicos tocam por vezes mais os corações.

Fiquem bem depois desta minha "ladainha" e apareçam sempre que possam. E queiram, claro!

segunda-feira, 19 de março de 2012

Dia do Pai


Hoje assinala-se mais um Dia do Pai.

Como sempre, tenho dito que é impossível esquecer um pai querido que tanto me deu de si para que tivesse uma infância feliz.

As suas brincadeiras, os desenhos que me fazia, as surpresas na altura dos Santos Populares- comprava pequeninos fogos de artifício para eu deitar à noite e me deslumbrar com as suas cores -, as histórias contadas quase de modo teatral, as idas à praia e o ensinar-me a nadar, entre muitas outras, fazem com que não seja possível que algum dia eu deixe de o ter bem presente.

Morrer é só não ser visto, além de ser o livro de Inês de Barros Baptista, é bem o sentimento que tenho quando partem os meus mais queridos; não deixo de pensar em todos aqueles que passaram por mim e me deixaram grandes sentimentos de amor e amizade.


Vou repetir aqui hoje o poema de Março de 2009, que além de ser da minha autoria, é para ser lido por  aqueles que nessa altura ainda não me visitavam e é também uma homenagem que fiz a meu pai.

Espero que O Pai tenha o meu pai perto de si.

A meu Pai

Recordo com saudade a minha meninice
E a emoção da tua companhia.
As histórias contadas, muita paciência
As marchas, os álbuns de cromos que tu me fazias
Com muita vontade e grande alegria.
Lembras-te ? O "Pinóqio"
Quantos os serões e os teus domingos ?
E mais tarde as notas.
A cumplicidade, quando eram mais baixas
P'rá mãe não saber.
Vá lá minha filha,
Toca a trabalhar, porque para a próxima
Espero que não volte a acontecer.
O tempo passou. Cresci, fui mulher.
E dei-te um neto, para te entreter.
Passaram os anos e Deus te chamou.
Partiste bem cedo, mas de ti ficou
Não só a saudade, do pai, do amigo.
Mas a privação de estar contigo.


Tenham um feliz dia.

sábado, 17 de março de 2012

Recordar é viver






Ainda estou por aqui a esta hora porque hoje foi um dia (mais um) de arrumações.

Mas estas arrumações de hoje são aquelas que nos fazem recordar a infância, os familiares - aqueles que ainda nos acompanham e os que já partiram - de igual modo os amigos, os ex-colegas, que embora distantes se fazem representar por aquela carta especial ou  por uma dedicatória mimada.

Deliciei-me a ler, a rever fotos, de momentos registados para sempre e que dificilmente se apagarão da memória.

Uma sensação inexplicável poder recuar no tempo e reviver um passado cheio do carinho dos meus pais. E os desenhos e os recadinhos do meu filho? Mal sabia ler e escrever, mas já conseguia  manifestar  os sentimentos. E já mais velho os cartões do Dia da Mãe que pareciam ter o condão de fazer rolar uma lágrima teimosa.

A vida também é feita de recordações. E estes momentos fazem-nos sentir o amor e o carinho que fomos recebendo em todas as formas ao longo dos anos.

Não fiquei assim tão contente quando comparei a minha cara e figura há 30 anos atrás. Por acaso até acho que era uma moçoila giraça. Quanta  mudança! Mas temos de saber viver com o registo da passagem dos anos e dar graças a Deus por ainda podermos fazer comparações.
É sinal que ainda temos o dom da vida e do discernimento.

Desejo-vos um bom fim de semana.


quinta-feira, 8 de março de 2012

Ainda uma graça para hoje

Não sei se já conhecem, mas achei uma graça.

Especialmente para mulheres. Entrem neste endereço, escrevam o vosso nome e vejam o que acontece.


     http://www.obtampons.ca/apology


As novas tecnologias não têm limites.

Dia Internacional da Mulher

Neste Dia Internacional da Mulher e não podendo dissociar a mulher de qualquer dos papeis que representa na sociedade, não nos esqueçamos de todas aquelas que em todo o mundo sofrem a violência da imposição de casamentos forçados, mutilação genital, maus tratos e ainda a escravatura imposta apenas porque nasceu mulher.

Dos países Árabes a África, América do Sul, não esquecendo o nosso país, a mulher sofre por vezes agressões a todos os níveis, quando o seu estado denuncia pobreza, com filhos, ausência de formação profissional ou mesmo sem estudos, não possui nada nem tem condições de vender a sua força de trabalho, está muito mais vulnerável a permanecer numa relação onde sofre toda a espécie de violência.

Mas para enaltecer o nome de "mulher" deixo-vos com Miguel Torga.

Primeiro porque sou sua fã. Segundo porque acho que este poema é um hino a todas as mulheres.


Poema Melancólico a não sei que Mulher

Dei-te os dias, as horas e os minutos
Destes anos de vida que passaram;
Nos meus versos ficaram
Imagens que são máscaras anónimas
Do teu rosto proibido;
A fome insatisfeita que senti
Era de ti,
Fome do instinto que não foi ouvido.

Agora retrocedo, leio os versos,
Conto as desilusões no rol do coração,
Recordo o pesadelo dos desejos,
Olho o deserto humano desolado,
E pergunto porquê, por que razão
Nas dunas do teu peito o vento passa
Sem tropeçar na graça
Do mais leve sinal da minha mão...


Miguel Torga, in 'Diário VII'


E porque felizmente também há no mundo muitas mulheres amadas, aqui fica aqui para desanuviar o Michael Bolton que nos enche o ouvido na confirmação desse mesmo sentimento.

Tenham um bom dia 8 de Março.





sábado, 3 de março de 2012

Memórias




Hoje lembrei-me desta canção sem tempo de Alves Coelho na interpretação de Carlos Guilherme.

Lembro-me de, muito nova, para aí com os meus 20 e poucos anos, numa festa de aldeia em S. João das Lampas - Sintra, consagrada a Nª Srª do Cabo, onde a saudosa Maria Leonor, que apresentava a Gala, me fez subir ao palco para Carlos Guilherme me cantar, sim a mim, "Quando o coração chora de amor".

Imaginam a timidez perante uma audiência sem fim? A festa era de arromba para a aldeia e para as aldeias vizinhas, porque se comemorava a passagem pela freguesia da Nª Srª, o que só acontece de 17 em 17 anos.

Pois que ainda tenho a dedicatória feita pelo Carlos Guilherme no disco de vinil que na altura comprei.

No entanto, considero que estas "Giestas" do grande maestro Alves Coelho foram e serão sempre uma bela imagem da boa música tradicional portuguesa.

Neste caso e há cerca de um ano, com o acompanhamento da Orquestra de Bandolins da Madeira, acho que também sai favorecida .