Às vezes parece-nos impossível que algumas das tónicas da sociedade sejam uma constante de todos os tempos.
Da Monarquia (todas as Dinastias) à República (todos os Presidentes) se assistiu e assiste à continuação das mentiras e oportunismos que puxam as brasas sempre aos mesmos.
São eles por quem não passam as dificuldades impostas porque conseguem ultrapassá-las sempre às cavalitas das classes menos favorecidas.
A essas classes os favorecimentos não lhes chegam, pese embora a maior parte das vezes a sua dedicação ao estudo, ao trabalho e às causas sociais.
Será que teremos de continuar a viver deparando com as injustiças feitas a uns em benefício daqueles que quase não contribuem para o desenvolvimento do povo e do país?
Por isso vejam a oportunidade das quadras de Anónio Aleixo que, por força dos homens, continuam tão atuais.
CINCO QUADRAS
Acho uma moral ruim
trazer o vulgo enganado:
mandarem fazer assim
e eles fazerem assado.
Sou um dos membros malditos
dessa falsa sociedade
que, baseada nos mitos,
pode roubar à vontade.
Esses por quem não te interessas
produzem quanto consomes:
vivem das tuas promessas
ganhando o pão que tu comes.
Não me dêem mais desgostos
porque sei raciocinar...
Só os burros estão dispostos
a sofrer sem protestar!
Esta mascarada enorme
com que o mundo nos aldraba,
dura enquanto o povo dorme,
quando ele acordar, acaba.
António Aleixo