Hoje despedir-nos-emos fisicamente de Nicolau Breyner, mas certamente que enquanto vivermos o lembraremos como um dos maiores atores do nosso tempo.
Ator, realizador, professor..... tudo fez ligado à arte da representação e tão bem o fez que dificilmente se encontrará alguém que o consiga substituir.
Substituir não será mesmo possível, mas tentar seguir com arte e saber aquilo que foi a sua vida de tão bem criar atores e personagens.
Quando recebi a notícia nem queria acreditar. Muitos perguntarão porquê, visto que sempre se diz que para morrer apenas necessitamos de estar vivos e ele nem sequer era meu amigo ou das minhas relações.
Mas há pessoas que mexem mais connosco e o Nicolau deixou-me com a lágrima ao canto do olho.
Sempre ouvi dizer que era uma excelente pessoa, sincero e dedicado, sempre pronto a ajudar, sempre pronto a fazer rir com as suas atitudes e graças. E não era auréola porque ouvimos depois da sua morte, o depoimento de dezenas de conhecidos, colegas e amigos a confirmar tudo isto. E o que eu me ria quando tinha oportunidade de assistir aos seus espetáculos na televisão, ou mesmo no teatro.
Quantos jovens ajudou a entrar no mundo do teatro e ensinou sem reticencias toda a sua sabedoria?
Um dos primeiros, senão o primeiro, Herman José, ainda há pouco dizia quanto lhe era grato por tudo o que lhe tinha ensinado e que para se despedir dele necessitaria de cerca de mil anos.
Todos nascemos, todos morremos, mas custa aceitar este tipo imprevisto de desaparecimento quando tudo parecia estar bem e que apesar dos seus 75 anos tinha ainda muito para dar ao país nas várias áreas a que estava ligado.
Até um dia Nicolau, descanse em paz!