sábado, 21 de janeiro de 2012

Sonho ou esperança ?

 
 

E se por acaso um dia o nosso país se tornar no Portugal desejado?

Não do antigamente e da ditadura que amordaçava, mas daquele país onde sempre reinou a vontade de crescer, onde o trabalho foi arma do povo, que honestamente cumpria com os seus deveres, mas que simultanea e ordeiramente sempre defendeu o direito à correspondente recompensa?

Não queria continuar a acordar e constatar que vivemos num Portugal de democracia pôdre.

Tenho pena de não reconhecer o país onde nasci, cresci, estudei, trabalhei, casei, fui mãe e que sempre vi como a minha casa enquanto permanecesse neste mundo na esperança de conseguir uma velhice confortável e feliz.

Tenho pena, muita pena de tudo o que ouço e vejo acontecer, da ansia de poder que uma vez alcançado, se traduz na cobardia das decisões tomadas pelos governantes quase sempre sem pensar no povo e olhando sempre para os mesmos umbigos que, a seu ver, devem estar acima de quaisquer dúvidas.

Já cansa a repetição exaustiva das notícias, na televisão, na rádio, nos jornais, onde nada muda e onde se continua a constatar que os sacrifícios são sempre pedidos aos mesmos.

Como eu gostava de poder deixar ao meu filho e ao meu neto um país onde a dignidade não fosse apregoada mas exercida, o respeito mútuo fizesse parte de todos e o olhar o próximo tivesse sempre uma componente de ajuda e partilha.

Claro que não estou a sonhar, estou bem acordada mas no fundo consciente de que todo este sentimento e desejo não é inconsciência, é sim esperança num futuro melhor para as gerações que neste momento não conseguem prevêr o que irá ser o seu percurso de vida.

Hoje deu-me para o desabafo. Desculpem qualquer coisinha e para desanuviar, ouçam o que lhes deixo e que foi certamente impulsionado pelo tema da comemoração da Inauguração de Guimarães -Cidade Europeia da Cultura .

Continuação de bom fim de semana.






5 comentários:

  1. Pois é, Teté, mal se reconhece este país. Mas concordo que temos que seguir em frente, de cabeça erguida, com boa disposição. Só assim poderemos, em breve, ter ânimo para ver se voltamos a ter razão para confiar num futuro melhor para nós e para as próximas gerações.

    Adoro o Bolero de Ravel. Viu na televisão aquela interpretação fantástica da orquestra do Maestro Massena lá naquele largo de Guimarães? Foi uma coisa linda de arrepiar.

    Um beijinho, Teresa-Teté.

    ResponderEliminar
  2. Venha ajudar-me a pedir perdão. desvende os meus segredos

    http://escondidinha08.blogspot.com/

    ResponderEliminar
  3. Quando oiço o Bolero de Ravel, recordo sempre o fabuloso filme Les uns e Les Autres...deixo-te aqui o link, se não o viste, vê esta dança soberba ao som do Bolero...:)))

    http://www.youtube.com/watch?v=5_XdRa2oMR0

    Um beijinho grande

    Teresa

    ResponderEliminar
  4. Olá Teresa.
    É sempre bom recordar. Vi o filme e nunca me canso de rever a interpretação deste fenomenal Baryshnikov
    Um beijinho

    ResponderEliminar
  5. Ola,
    Concordo consigo, tambem gostava de deixar aos meus filhos e netos um Pais que os dignificasse como Portugueses, e tambem concordo que nao devemos perder a esperanca. Apesar dos pesares ainda gosto de ser portuguesa. Bjs

    ResponderEliminar