A minha avó partiu há precisamente 36 anos.
Foi uma avó/mãe com todos os cuidados e desvelos e por isso eu digo sempre que tive duas mães.
Bom para mim por um lado, mas por outro, imaginam o que é a super proteção a dobrar?
No entanto, na adolescência, a avó conseguia ser mais permissiva do que a mãe e acompanhava-me para tudo o que era sítio só para me ver feliz. Era cinema, teatro, festas de carnaval, em tudo o que me convidavam eu ia , mas com a avó. Havia de ser hoje, em que os jovens reclamam uma emancipação dos progenitores desde os 13 anos, quando não é antes.
Lembro os seus carinhos, a sua vontade em me fazer vontades.
Depois o seu especial carinho com o bisneto, meu filho, que ia na altura fazer dois anos. Acreditem que ele ainda se lembra da avó que brincava com ele a jogar à bola no corredor e a pô-lo dentro de uma caixa, onde guardava os brinquedos, e a puxá-lo.
Nunca estava doente e os seus ultimos dias, que foram 11, depois de um acidente vascular cerebral, chegaram para nunca mais nos esquecermos da sua imagem.
E sabem qual foi um dos seus últimos pedidos? "Nunca se esqueçam da avó".
Foi o que todos fizemos.