Pois é verdade, com o passar dos anos vamos assistindo cada vez mais ao prolongamento da vida.
Porque a ciência a vem prolongando com todas as inovações resultantes da constante investigação, temos hoje uma faixa etária muito acima dos oitenta anos.
Não há dúvida que é bonito de ver quando a cabeça ainda ajuda a pensar, a sentir alegria, a participar em atividades e as pernas permitem a deslocação necessária à participação em algumas delas que não são apenas de caráter intelectual.
E tudo isto porque, como já tenho dito, tenho a minha tia num Lar a quem visito com regularidade.
Agora que não estou em Lisboa vou duas vezes por semana, mas normalmente vou três vezes. Isto porque desde que ela caiu e foi operada que se desloca em cadeira de rodas e embora faça fisioterapia e já dê alguns passinhos, não é suficiente para ser autónoma e poder circular pela instituição como gostaria.
Deste modo nós levamo-la sempre para o jardim que tem um bar e nunca lhe falta o cafezinho e o bolinho de que tanto gosta. Acresce que alguns dos residentes que já nos conhecem muito bem, sempre que chego com a minha comadre se aproximam para poder participar na cavaqueira e se distraírem com as nossas brincadeiras. É mesmo uma graça ouvir: - Podemos sentar-nos aqui um bocadinho? Claro que dizemos logo que sim e todas as semanas a tertúlia tende a aumentar.
Deixo-vos aqui uma imagem do último domingo onde todos estão acima dos oitenta, alguns mesmo dos noventa e falta a "avó" que não está mas que tem 102,5 e que está sempre a fazer quadras - Esta foi a que me fez:
"A D. Teresa, muito alegre e divertida, Deus lhe dê muita saúde e muitos anos de vida".
E digam lá como é possível o abandono dos idosos nas instituições sem que os visitem para uma palavra ou um carinho?