Olá a todos! Espero que o calor do sol, mesmo mais para o morninho, vos vá aquecendo a alma.
Hoje resolvi contar-vos um dos meus últimos serões porque achei que valia a pena, esperando que achem tão curioso como eu achei.
Lembram-se que vos mostrei no passado dia 6 de Julho a minha hóspede/rola que todas as noites nos fazia companhia do alto da minha palmeira moribunda?
Pois afinal a estória tem mais capítulos.
Ao fim de alguns dias ela desapareceu e eu pensei que não voltaria porque não ficou cá por umas duas ou três noites.
Qual não foi a minha surpresa quando uma noite ao olhar para cima para ver se ela lá estava deparei com ela e mais dois filhotes - penso que eles teriam nascido por aqui porque, embora a custo, consigo descortinar o ninho um pouco mais acima - que se aninhavam junto a ela e que por cá ficaram por mais um tempo.
Coloquei um baldinho, que inventei feito de um copo de plástico, com arroz mas não vinham comer talvez por medo e também porque viam a Riscas nos seus passeios e que ficava sentada de pescoço esticado a olhar para cima.
Digam lá se não são umas queridinhas
Mas o imprevisto viria a acontecer.
No passado domingo a tarde por aqui caiu chuvosa continuando pela noite dentro e cada vez mais forte.
A dado momento eu começo a ver a Riscas muito nervosa, o que não é costume, a menos que haja qualquer coisa de anormal.
Sem saber o que se passava, abri a porta da rua e saí para averiguar.
Num segundo vejo a Riscas dar um pulo e senti que tinha qualquer coisa debaixo dela. Dei um grito e apercebi-me que era uma das rolinhas bébé que tinha caído cá abaixo; possivelmente escorregou porque os ramos estavam encharcados e como era de noite não tinha tino para voltar a subir.
Não imaginam o que senti, corri a agarrá-la, aconcheguei-a a mim, enxuguei-a e fiz-lhe muitas festas até que ela acalmou. O meu neto descobriu que ela estava um pouco aranhada junto a uma asa e eu apressei-me a lavá-la com soro e novamente a apertá-la devagarinho e a aquecê-la.
E agora, dizia eu, o que vou fazer? Não vou deixá-la aqui porque pode acontecer-lhe alguma coisa - a Riscas já estava trancada em casa, mas também não podia fazer-lhe mais nada porque o instinto é mesmo assim - e trazê-la para dentro de casa podia assustá-la ainda mais.
Pois de repente houve uma sugestão brilhante: a Riscas tem uma caixa de transporte de plástico, que tem aberturas nos quatro lados como todas e por cima tem teto fechado e a porta por onde ela entra e sai pode ser retirada e ficar completamente aberta.
Boa! Trouxe a caixa para a rua, coloquei-a na mesa que tenho à frente da entrada, lá dentro uma mantinha para a rolinha aquecer e lá a meti lá dentro. Ficou muito quieta ma já não tremia. Entretanto a mãe vigiava do cimo do ramo.
Vim para dentro convencida que quando amanhecesse ela sairia e lá seguiria a sua jornada habitual.
Claro que quando me fui deitar, já bem mais para o tarde, não deixei de ir lá fora para ver como ela estava.
Pois é, surpresa! ... já não estava e a mãe também já não estava no ramo.
Até hoje não voltaram, mas esta tarde, depois do almoço vi-a - penso que seja ela e não a irmã - pousada num fio de eletricidade que passa entre a minha casa e a do vizinho.
Fiquei contente por estar tudo bem e por ter contribuído para a continuação desta família de visitantes.
E agora digam lá se não foi uma peripécia vivida numa noite de verão, que por acaso tinha virado inverno?
Tudo de bom para todos, bom descanso se ainda for o caso, muita saúde, amor e felicidade.