Hoje lembrei-me dos sonetos de Florbela Espanca, especialmente sobre o Outono, a estação que está aí em todo o seu esplendor.
Um dia cálido num misto de sol e aguaceiros, mas que além de definir a estação, nos consegue ainda aquecer numa temperatura amena.
OUTONO
Caem as folhas mortas sobre o lago;
Na penumbra outonal, não sei quem tece
As rendas do silêncio... Olha, anoitece!- Brumas longínquas do País do Vago...
Veludos a ondear... Mistério mago...
Encantamento... A hora não esquece,luz que a pouco e pouco desfalece,
Que lança em mim a benção dum afago...
Outono dos crepúsculos doirados,
De púrpuras, damascos e brocados!- Vestes a terra inteira de esplendor!
Outono das tardinhas silenciosas,
Das magníficas noites voluptuosasEm que eu soluço a delirar de amor...
Florbela Espanca
Charneca em Flor., p. 228.
Bonito. Muito bonito.
ResponderEliminarTanto, que não se diga mais nada.
gdsbjsmts
Florbela Espanca,e Isabel Allende são para mim escritoras de eleição, bem haja Teresa por me ter dado o prazer de a reler..))
ResponderEliminarUm beijinho e obrigada pelas suas palavras
Teresa